No início do ano, com a formação das novas turmas, a separação dos amigos costuma causar muita chiadeira por parte doa alunos.
Em geral, a primeira atitude do pai é ir até a escola e pedir que as coisas voltem a ser como antes. Mas mal sabe esse pai que a mudança só conta pontos a favor no processo de aprendizagem do filho.
Ajuda a tornar o aluno mais independente e compreensivo. Além de aprender a conviver com grupos diferentes, conseguindo fazer novas amizades mais facilmente, ele passa a entender desde cedo que a vida é recheada de mudanças. Mas isso não significa que enfrentá-las seja fácil.
"As crianças adaptam-se mais facilemente do que pensamos", afirma a psicanalista Mirim Debieux, especialista em crianças e adolescentes. Os pais é que geralmente não conseguem lidar com a angústia dos filhos. "Nem sempre todo sofrimento é algo negativo. Ajudar a lidar com a angústia faz parte da aprendizagem", diz Debieux.
Além disso, o esforço em estar sempre tentando proteger e poupar os filhos pode ser desfavorável em determinadas situações. "Nesse caso, a criança tem de resolver o problema sozinha. É um exemplo da maior ingerência dos pais na vida dos filhos", diz Rosely Sayão, psicóloga.
Segundo especialistas, quando as turmas seguem juntas por anos, os grupos ficam fechados, e as panelinhas predominam. Cada criança assume um papel permanente: uma a mais tímida, outra a mais boazinha, outra a mais levada. A criança não tem chance de assumir outro papel.

Texto extraído de uma reportagem do suplemento Equilíbrio do Jornal Folha de São Paulo, fevereiro/2001.